Uveíte pode trazer danos permanentes à visão quando não tratada

A uveíte é uma doença inflamatória que atinge a úvea, a camada média do olho formada pela íris, corpo ciliar e coróide. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição é responsável por cerca de 10% dos casos de cegueira no mundo, sendo mais comum entre adultos jovens, geralmente entre 20 e 50 anos.
Tipos e sintomas
Existem quatro tipos de uveítes, classificadas a depender da localização da inflamação: a uveíte anterior, que afeta a parte frontal do olho e é a forma mais comum; a uveíte intermediária, que atinge a região média do olho; a uveíte posterior, que compromete estruturas do fundo do olho; e a panuveíte, que é a forma mais grave, pois afeta todas as camadas da úvea ao mesmo tempo. Já os sintomas mais comuns incluem dor ocular, vermelhidão, visão embaçada, sensibilidade à luz e a presença de manchas escuras móveis na visão, conhecidas como “moscas volantes”.
Causas
Muitas vezes, as causas da doença são desconhecidas, sendo classificadas como idiopáticas. Mas podem estar relacionadas a infecções como toxoplasmose, herpes, sífilis e tuberculose, ou doenças autoimunes como espondilite anquilosante, lúpus, sarcoidose e artrite idiopática juvenil. A condição também pode ser desencadeada por traumas oculares ou reações a medicamentos. O diagnóstico é feito por um oftalmologista, com exames clínicos e complementares que avaliam não só o olho, mas também a condição geral de saúde do paciente.
Tratamento e acompanhamento
O tratamento depende do tipo e da causa da doença. Em casos mais leves, são utilizados colírios com corticoides e medicamentos para dilatar a pupila. Casos mais graves podem exigir o uso de corticosteroides orais, imunossupressores ou antibióticos, quando a inflamação tem origem infecciosa. O acompanhamento contínuo é fundamental para prevenir a reincidência da doença ou complicações oculares permanentes, já que, quando não tratada, a uveíte pode causar a perda permanente da visão.
Prevenção
A prevenção da uveíte envolve o controle adequado de doenças sistêmicas já diagnosticadas, a adoção de hábitos de vida saudáveis, a proteção dos olhos contra traumas e o tratamento precoce de infecções. Por isso, é essencial que qualquer sinal de inflamação ocular, como dor ou visão embaçada persistente, seja avaliado rapidamente por um especialista. A detecção precoce e o tratamento correto fazem toda a diferença na preservação da visão e na qualidade de vida do paciente.