Salmonelose: além do ovo, outros alimentos podem causar a infecção intestinal

A Salmonella é um gênero de bactérias altamente transmissíveis e uma das principais causadoras de infecções gastrointestinais. No Brasil, entre os anos 2000 e 2015, o Ministério da Saúde registrou cerca de 11,5 mil casos de contaminação pela bactéria. Dentro do gênero Salmonella, existem várias espécies de bactérias, que podem causar duas doenças diferentes: a febre tifoide, que é mais mortal, e a salmonelose (ou gastroenterite por salmonelas). Essa última é a mais conhecida e pode representar um perigo à saúde pública.
Alimentos contaminados
A transmissão dessas bactérias acontece pelo consumo de alimentos ou água contaminados por fezes de animais infectados pela bactéria. O alimento mais comumente associado à doença é o ovo, mas ele não é o único que pode transmitir a salmonelose. Carnes cruas ou mal cozidas, principalmente de aves, e leite não pasteurizado também podem transmitir a doença. A bactéria pode ser encontrada em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e ou mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Até mesmo vegetais, se forem contaminados, podem transmitir a salmonelose.
Sintomas
Depois da contaminação pela salmonella, os sintomas começam a se manifestar entre 6 e 72 horas. Os sinais da salmonelose podem ser confundidos com os de outras Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), por serem muito parecidos. Os principais sintomas incluem: dor abdominal intensa, vômitos, diarreia (com ou sem sangue), febre, calafrios, mal-estar, náusea, perda do apetite, emagrecimento e fadiga. Crianças, idosos, grávidas e pessoas imunossuprimidas podem apresentar quadros mais graves.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
O diagnóstico é feito a partir dos dos sintomas e das últimas refeições do paciente, além de um exame de fezes, para identificar a presença da bactéria. Outros exames podem ser feitos, para descartar a possibilidade de outras doenças semelhantes. Identificada a salmonelose, o tratamento se baseia em aliviar os sintomas e a ingerir líquidos, para manter a hidratação. O uso de antibióticos não é recomendado em casos leves ou moderados em pessoas saudáveis, pois podem não eliminar todas as bactérias e torná-las resistentes. Esses medicamentos só são indicados em casos graves, como quando as bactérias escapam do intestino, ou em crianças, idosos e imunossuprimidos.
A prevenção da doença também é um ponto importante. Como a contaminação acontece por meio de alimentos, a prevenção deve ser feita com hábitos de higiene. É preciso lavar bem as mãos antes e depois de preparar os alimentos e de comer. Também é importante cozinhar bem os alimentos, em especial carnes e ovos, e evitar consumir leite não pasteurizado ou não fervido. Além disso, evitar comer em restaurantes e lanchonetes com más condições de higiene dos alimentos é uma outra maneira de evitar a contaminação.