Poluição do ar e altas temperatura apresentam grandes riscos à saúde respiratória

O ano de 2024 foi considerado o mais quente já registrado na história, de acordo com a agência Copernicus, ultrapassando o limite firmado pelo acordo de Paris, em 2015, de 1,5°C da temperatura média global em relação a níveis pré-industriais. Aliado a isso, a ocorrência de eventos climáticos extremos, o aquecimento dos oceanos e mudanças nos padrões de precipitação em todo o planeta deixam clara a necessidade de conter as mudanças climáticas. Mas, além dos perigos trazidos para a natureza, a saúde humana também está em risco.

Com os gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), o aumento das temperaturas e da umidade e a poluição do ar, já se percebem efeitos na saúde respiratória. Segundo uma pesquisa da European Respiratory Society, as mudanças climáticas representam uma grande ameaça, pois provocam ou agravam doenças respiratórias e aumentam a exposição a fatores de risco, como fungos, pólen e outros alérgenos. A pesquisa ainda aponta que as condições de saúde mais preocupantes são asma, rinossinusite, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e infecções do trato respiratório.

Consequências da poluição 

O Prof. Dr. André Batista, pneumologista e docente da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana —, destaca algumas consequências da poluição na saúde. “Em dias de queimadas ou fumaça, os sintomas podem aparecer logo nas primeiras horas. A poluição irrita as vias aéreas e pode piorar a rinite alérgica e sintomas em quem já tem alergia”, explica o professor.

Alguns dos sinais que podem ser percebidos são tosse, garganta arranhando, nariz entupido ou escorrendo, ardor nos olhos, chiado, aperto no peito e falta de ar. André acrescenta que o calor extremo também pode afetar o organismo, causando desidratação e estresse térmico e aumentando o desconforto, especialmente em casos de doenças pulmonares. 

Medidas de prevenção e cuidado 

André pontua algumas recomendações para prevenir os prejuízos causados pelas mudanças climáticas no sistema respiratório. É importante, por exemplo, evitar a prática de exercícios físicos e longas exposições nos horários mais quentes ou com ar em baixa qualidade. Alguns aplicativos de celular ou índices locais ajudam a informar sobre a propriedade do ar, sendo mais fácil saber quando se deve evitar atividades ao ar livre. 

“Dentro de casa, feche janelas nos piores horários e priorize o uso de umidificadores ou de ar-condicionado com filtro, quando possível. Em fumaça de queimadas, saia de máscara PFF2/N95, pois ajuda a reduzir a inalação de partículas finas”, diz André.

O professor também indica alguns cuidados que devem ser tomados com o ar-condicionado. Da mesma forma que o aparelho reduz o estresse térmico, ele pode atrapalhar se estiver mal higienizado e com poeira acumulada. Por isso, limpar os filtros regularmente, evitar temperaturas muito baixas e o vento do ar-condicionado diretamente no rosto previnem mais complicações.

FITS - Faculdade Tiradentes de Goiana

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