Obesidade pode ser um peso para a saúde, mas existe tratamento

De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023, monitoramento anual do Ministério da Saúde, cerca de um a cada quatro brasileiros têm obesidade. Essa doença é caracterizada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 e pode ser causada por uma série de fatores. Quem sofre com a obesidade também pode enfrentar diversas consequências para a saúde. Mas o acompanhamento nutricional é uma das formas de contornar o problema.

“A genética, o sedentarismo e questões psicológicas também influenciam nesse processo, além da alimentação, que entra também nesse universo. Mas a alimentação sozinha dificilmente vai apresentar uma manifestação de obesidade importante, porque é uma doença que surge a partir da combinação de alguns fatores”, explica a docente do curso de Nutrição do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão —, Profª M.a. Tâmara Gomes. 

Alimentos processados 

Em relação aos alimentos que podem favorecer a manifestação da obesidade, a nutricionista destaca os industrializados, principalmente os ricos em açúcar e gordura. Segundo Tâmara, a alimentação hoje em dia é muito rica em ultraprocessados, que são alimentos prontos, com muitos ingredientes e, muitas vezes, não se consegue identificar de onde é aquele biscoito ou seus componentes. “Na natureza, não existe um alimento que seja fonte de muito açúcar e de muita gordura, mas a indústria fez isso para tornar aquele alimento mais palatável, mais saboroso. E o alimento, quando muito saboroso, traz um prazer imediato e as pessoas querem aquele prazer imediato”, acrescenta a professora.

Gordura no corpo pode agravar

Tâmara também reforça a classificação da obesidade enquanto doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e que, por isso, traz consequências e precisa de tratamento. “Depende do tipo de obesidade, porque a distribuição da gordura no corpo influencia a gravidade da doença. Então, mais gordura na região abdominal, por exemplo, é mais danosa, traz mais inflamação e prejuízos a órgãos como fígado e coração”, destaca. “O paciente pode ter questões cardiovasculares, como hipertensão arterial, e fica mais disposto a manifestar diabetes mellitus tipo 2, doenças hepáticas, doenças articulares, doenças inflamatórias de várias naturezas, como doenças de pele, questões respiratórias, como a apneia do sono”, complementa.

Além dos riscos à saúde física, a obesidade pode ter impactos inclusive na saúde mental. “Existem muitos estudos que relacionam obesidade a doenças psíquicas como depressão e ansiedade. Dependendo do nível, o paciente fica muito excluído, porque existe um estigma da obesidade. Muitas vezes, o paciente fica à margem da sociedade, vai ter muita dificuldade de mobilidade, pode não passar na roleta do ônibus, seja excluído pela sociedade, que percebe a obesidade como um problema do indivíduo, como se as pessoas fossem obesas porque querem, mas elas precisam de tratamento”, diz.

Tratamento

O tratamento para a obesidade deve ser feito em conjunto com uma série de profissionais, por se tratar de uma doença multifatorial. Do ponto de vista nutricional, o ideal é pensar em um plano alimentar a longo prazo e que não seja muito restritivo. “Imagine um paciente que consome mais de três mil calorias e o nutricionista prescreve uma dieta de 1.200 calorias. Ele não vai conseguir fazer. Ele pode até fazer por uma semana, ficar extremamente mal e, por conta dessa restrição, pode até ter compulsão alimentar”, defende Tâmara. A professora afirma que essa dieta deve ser bem pensada e incluir alimentos que o paciente goste, para mantê-lo motivado.

FITS - Faculdade Tiradentes de Goiana

  • Tel: +55 81 3878-5701
  • Tel: +55 81 3878-5155

Privacidade de Dados