LER e DORT atacam mais trabalhadores e tem tratamento

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais acometem trabalhadores brasileiros, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. O levantamento indica que, entre 2007 e 2016, foram registrados mais de 67 mil casos, representando aumento de 184% nesse período. Embora existam diferenças entre as duas classificações, ambas podem acometer trabalhadores e prejudicar até mesmo a produtividade. Apesar disso, existe tratamento.

LER

Segundo Dr. Paulo Vidal, professor do curso de Medicina da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana —, a principal diferença entre as duas é que a LER não é causada necessariamente pelo trabalho. “A lesão decorre de danos anatômicos, após a realização do mesmo movimento acima de 30 ciclos por segundo do mesmo movimento, por período de tempo prolongado”, explica o Doutor em Medicina. 

Mesmo que algumas profissões possam causar ou agravar a LER, ela pode ter uma causa que não está relacionada à atividade laboral. “Na maioria dos questionamentos ocupacionais sobre LER, não há nexo! São lesões de natureza degenerativa ou com causas diversas. Atualmente, não há relação em quase nenhuma atividade”, acrescenta.

DORT

Já os DORT, como o próprio nome já indica, o distúrbio ocorre em decorrência da atividade profissional. Segundo o professor, essa classificação abre um leque maior de complicações, e que podem ser causadas por diversos fatores. “A queda de uma escada, causando entorses, fraturas e contusões. Ou um atleta de vôlei profissional, com lesão de Slap ou Síndrome do Manguito Rotador. Fratura do tornozelo ou ruptura do ligamento cruzado anterior, em jogadores de futebol”, aponta.

Ainda segundo Paulo, algumas doenças musculoesqueléticas, que são comumente associadas às Lesões por Esforço Repetitivo, não se encaixam nessa classificação. “As tendinites, peritendinites, síndrome do túnel do carpo, entesites têm natureza multifatorial, e raramente podem ser relacionadas com esforço repetitivo, pois não são desencadeadas pelo mesmo movimento em ciclos acima de 30 ciclos por segundo”, detalha.

Sintomas e tratamento

De maneira geral, os casos mais leves, principalmente das LER, causam dor na região, além de formigamento, fadiga, enrijecimento muscular, edema, choque, inflamação articular, perda de força muscular, da firmeza das mãos e da sensibilidade, dentre outros sintomas. Com o diagnóstico, feito por um médico ortopedista ou médico do trabalho, o tratamento vai variar de acordo com o problema específico que acomete o paciente. Em alguns casos, a imobilização da região e gelo podem ser suficientes. Em outros, pode ser necessário tomar anti-inflamatórios e fazer fisioterapia. Nas situações mais graves, pode ser preciso fazer cirurgia.