Gota traz sérias complicações para as articulações, mas pode ser controlada

A gota é uma doença inflamatória caracterizada pelo depósito de ácido úrico nas articulações, resultante dos altos níveis dessa substância no sangue, a chamada hiperuricemia. De caráter crônico, a condição vem em crises altamente dolorosas e tem influência de fatores genéticos, hábitos alimentares e estilo de vida. Apesar disso, o tratamento adequado é capaz de controlar a doença e permitir uma maior qualidade de vida para o paciente.

Causas e fatores de risco

O ácido úrico é uma substância presente naturalmente no corpo, eliminada pelos rins e que vem da degradação de células velhas e da alimentação. No primeiro caso, o ácido é subproduto da quebra do DNA e, no segundo, é resultante da metabolização de uma proteína chamada purina, presente em alimentos como frutos do mar, sardinha, fígado, carne vermelha e peles de aves. Quando o corpo produz muito ácido úrico ou os rins eliminam quantidades menores, acontece a hiperuricemia.

Além disso, os níveis da substância no sangue podem ficar altos também por fatores genéticos e por uma alimentação rica em purina e bebidas alcoólicas ou adoçadas com frutose, como refrigerantes. Uso de medicamentos diuréticos, obesidade, hipertensão, diabetes e doença renal crônica são outros fatores de risco. Assim, a hiperuricemia por si só não é capaz de causar a gota.

O envelhecimento e o sexo também contam: a maior incidência da doença é entre 40 e 50 anos em homens e a partir dos 60 em mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a proporção de incidência é de 7 homens para cada 1 mulher, já que o estrogênio (hormônio feminino, que diminui na menopausa) facilita a eliminação do ácido úrico pelos rins.

Sintomas

A gota acomete com maior frequência as articulações dos pés, em especial o dedão, mas outras áreas também costumam ser afetadas, como tornozelos, joelhos, pulsos e cotovelos. A doença se manifesta em crises, que geralmente ocorrem de madrugada, caracterizadas por dor intensa em uma ou mais articulações, além do inchaço. A região afetada também fica quente e com um aspecto avermelhado ou arroxeado. Outros sinais que podem aparecer incluem febre, taquicardia e calafrios.

Em geral, os primeiros surtos duram de 7 a 10 dias, e os sintomas tendem a desaparecer gradativamente, com a articulação retomando sua função sem nenhum sintoma evidente até a próxima crise. Sem o tratamento, as crises podem durar mais e se tornar mais intensas e frequentes. Depois de várias crises repetidas, a gota pode resultar em deformidades articulares permanentes, chamadas de tofos. Em casos mais graves, podem haver complicações como osteoartrite e cálculos renais.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito levando em consideração os sintomas do paciente, além de exames de sangue, para identificar os níveis de ácido úrico, análise do líquido das articulações, radiografias ou tomografias. O tratamento consiste em controlar as crises agudas e evitar futuros surtos. Isso é feito por meio de anti-inflamatórios e analgésicos, podendo ser utilizados esteroides ou injeções em alguns casos. Também podem ser utilizadas talas, para a imobilização da articulação afetada, e a aplicação de gelo.

Também é fundamental controlar os níveis de ácido úrico no sangue, por meio de medicamentos específicos. Uma mudança de hábitos ajuda a reduzir a hiperuricemia, como evitar bebidas alcoólicas e adoçadas com frutose, ingerir menos alimentos ricos em purina, perder peso, rever medicamentos que aumentam a taxa de ácido úrico e aumentar a ingestão de água. Em casos de tofos, é possível realizar cirurgias para a retirada.

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