Aluno da Fits conta experiência na Espanha
“Uma vida sem desafios não merece ser vivida”. Essa é a frase que move Izau Andrade, estudante do 4º período de Medicina na Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana, e que está atualmente em um intercâmbio na Espanha. O jovem, que se fascina pelo novo e não gosta de monotonia, desembarcou no país em agosto e, desde o início de setembro, está cursando um semestre na Universidade de Valladolid. Em meio à rotina de estudos, mas também de passeios turísticos e aprendizados culturais, Izau se sente acolhido no país europeu, onde vai ficar até fevereiro.
Enfermeiro de formação, o estudante tinha o desejo de estudar fora do país desde que iniciou a vida acadêmica. Com uma seleção do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional (ProMAI) da Fits, conseguiu realizar esse sonho. Estando na Espanha já há quase dois meses, Izau diz que a experiência “está sendo incrível!”. “Um mix de coisas novas, experiências únicas e enriquecedoras, além de poder conhecer tantas pessoas diferentes”, comenta.
Acolhimento
Ao desembarcar na Espanha, o aluno foi bem recebido, principalmente por outros estudantes de várias partes do mundo. “Acredito que fui melhor acolhido por outros intercambistas de diferentes países como Itália, México, Chile e outros. Talvez por serem novatos na Espanha, assim como eu, e sempre nos encontrarmos nos lugares turísticos de Valladolid, tenhamos nos aproximado mais, em relação aos espanhóis. Mas, sem dúvidas, todos foram muito receptivos comigo, não somente no âmbito acadêmico, mas também no que diz respeito à cultura”, afirma.
Rotina
Izau afirma que a sua rotina no intercâmbio tem sido bem tranquila até o momento. Quando tem um tempo livre em meio às aulas, ele consegue visitar alguns locais turísticos. “Apesar de ter aulas todos os dias da semana, o cronograma de aulas daqui é bem diferente do que estou acostumado, tendo algumas semanas do mês em que não temos aulas. O lado bom é que aproveito essas folgas para colocar os conteúdos em dia”, afirma. “Aproveito os finais de semana para conhecer novas cidades e novas culturas. Existe um grupo de viagens para intercambistas que oferece viagens quase todos os finais de semana, o que é bastante interessante, pois me permite conhecer mais pessoas e vários costumes diferentes”, acrescenta.
Nessa fase inicial, Izau pretende focar em se adaptar ao país e à cultura. No entanto, ele confessa que tem interesse em participar de algum projeto. “Estou em contato com uma das responsáveis por um projeto social que tem ação aqui em Valladolid chamado “Café solidário”. Achei a proposta muito interessante e bastante necessária, uma vez que essa ação tem como objetivo fornecer café da manhã para pessoas em situação de rua e, a partir daí, criar vínculo com essas pessoas e entender melhor a sua situação”, detalha.
Desafios
A familiaridade com o idioma facilitou a adaptação de Izau à cidade. Em outra oportunidade, chegou a fazer um intensivo de espanhol na Argentina e, por isso, entende bem a língua. “No entanto, ainda sinto alguma dificuldade em formular algumas frases que não uso no dia a dia, porém nada que eu não esteja dando conta”, admite. A maior dificuldade que o estudante enfrentou, segundo ele, foi a moradia. “Optei por não alugar pela internet, preferi procurar pessoalmente, por motivos de segurança mesmo. Por fim, acabei encontrando um lugar bem legal e divido com outros dois espanhóis”, relata.
A gastronomia local tem sido o maior choque cultural para Izau. O estudante conta que, nos restaurantes, a maior parte dos pratos vem acompanhada de pão. “Eu, como um bom nordestino, não vivo sem o meu cuscuz, inclusive trouxe na mala alguns pacotes de cuscuz. Sinto falta da culinária nordestina, ainda mais por não ser fácil encontrar alimentos necessários para tal, e, quando encontramos, é um valor muito alto”, diz. “Outro ponto bastante interessante é a qualidade de vida. Ao passear pelas ruas, é muito comum encontrar grandes números de pessoas idosas em bares da cidade, tomando vinho, cerveja e jogando cartas. Isso mostra o quão segura é a cidade”, complementa.
Experiência
“Poder estar aqui na Espanha durante este período e vivendo todas essas experiências está me fazendo refletir bastante sobre qualidade de vida, costumes, tradições, saúde e outros pontos”, Izau pondera. “Comparando o ensino do Brasil e o da Espanha, consigo perceber pontos bem diferentes, como o contato do aluno com a população desde o início do curso, uma prática que não é comum aqui. Consigo perceber a importância desse contato precoce, para entender melhor as necessidades enfrentadas e poder aplicar o conteúdo teórico”, avalia. “Conhecer pessoas de diferentes países e culturas me faz ter uma percepção mais ampla da vida, e entender que existem coisas que ainda não conheço e entendo, e me estimula a querer conhecer mais”, finaliza.