Festejos de São João acendem alerta para as queimaduras

Os festejos de São João trazem muitos costumes culturais, como acender fogueiras e soltar fogos, mas é preciso ter cuidados para evitar acidentes. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, um em cada quatro casos de queimadura nos anos de 2022 e 2023 aconteceram nessa época do ano. Em 2024, a Secretaria de Saúde de Pernambuco registrou 46 atendimentos no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital da Restauração, dos quais 29 precisaram de internamento.

Tipos de queimadura

As queimaduras são feridas na pele causadas por fogo, calor, frio, atrito, eletricidade, radiação e produtos químicos e são classificadas em três graus, a depender da profundidade. “As de primeiro grau atingem apenas a camada mais externa da pele e causam vermelhidão, dor, inchaço leve e ressecamento. Já as de segundo grau chegam até a segunda camada da pele, causando vermelhidão intensa, dor forte, bolhas e inchaço. E as de terceiro grau atingem todas as camadas da pele e pode afetar músculos, nervos e ossos”, explica a Profª Dra. Andréa Rosane, coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão.

Primeiros socorros e tratamento

Em casos de queimaduras, Andréa afirma que o primeiro cuidado a ser tomado é, além de interromper a causa da queimadura, lavar a região afetada com água corrente fria por 15 a 20 minutos. “Não se deve usar gelo, nem estourar bolhas. Também não é recomendado passar pasta de dente, manteiga, café ou outras substâncias caseiras”, aconselha. O atendimento de emergência deve acontecer em casos de queimaduras extensas ou de 2º ou 3º grau. Também é necessário procurar um hospital caso sejam afetadas áreas como rosto, mãos e pés, genitais e grandes articulações, ou se houver dificuldades respiratórias, palidez, sudorese ou fraqueza. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas atingidas também devem ser atendidas com urgência.

“Em casos graves, o tratamento pode envolver internação hospitalar, controle da dor com medicamentos analgésicos potentes, hidratação venosa, curativos especiais para prevenir infecções e favorecer a cicatrização e antibióticos, quando necessário”, pontua Andréa. A coordenadora também destaca a necessidade de cirurgias de enxerto de pele, em casos de perda de tecido extensa, e também de fisioterapia e reabilitação, para preservar a mobilidade nas áreas afetadas. Se houver sequelas estéticas ou funcionais, Andréa também recomenda apoio psicológico. Depois da cicatrização das lesões, é recomendado o uso de filtro solar, independente do grau da queimadura.

Prevenção

Para evitar as queimaduras no período junino, Andréa recomenda manter uma distância segura de fogueiras e fogos de artifício. “É importante nunca soltar fogos de artifício perto do corpo ou de outras pessoas, e também supervisionar crianças o tempo todo. Tenha sempre cuidado ao manusear comidas e bebidas quentes, principalmente caldos e milho cozido”, acrescenta. Além disso, ao soltar fogos de artifício, é fundamental seguir as instruções dos fabricantes e evitar a soltura próximos a fios, tecidos e árvores.

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