Diabetes pode trazer complicações para os pés
A condição chamada pé diabético refere-se a uma complicação grave do diabetes, que ocasiona a perda da sensibilidade nos pés. A Profª Leila Dayana, do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão —, explica que o descontrole funcional do diabetes, aumento da glicose e dietas inadequadas podem causar problemas.
Entram em jogo fatores como a circulação e a questão vascular, assim como alguma cardiopatia que o paciente possa ter. “Por alguns motivos, como sapato apertado e a uma unha encravada, acabam aparecendo feridas que acarretam o pé diabético”, afirma a professora. A partir dessa condição, o diabético pode adquirir feridas que não cicatrizam e podem se agravar, resultando em infecções graves, deformidades nos membros inferiores ou até mesmo amputações.
Causas
Segundo a Federação Internacional do Diabetes, em 2025, cerca de 16,9% dos brasileiros entre 20 e 80 anos vivem com a doença. Dentre os fatores que podem causar o pé diabético estão o descontrole do tratamento, inflamações nos nervos e nos vasos sanguíneos. A neuropatia diabética ocorre quando os nervos são danificados, impedindo a sensibilidade a dores, temperatura e pressão. A partir dessa etapa, o paciente perde a capacidade de sentir incômodos e perceber ferimentos nos membros inferiores, aumentando a probabilidade de infecções nessas regiões.
A doença arterial periférica afeta os vasos sanguíneos, prejudicando a circulação e a oxigenação do tecido epitelial, dificultando assim a cicatrização dos ferimentos. A estrutura mecânica dos pés também influencia nas causas. “Como o pé do ser humano é formado normalmente por 28 ossos, 29 articulações e 42 músculos, além dos tendões, ligamentos e artérias, acaba desenvolvendo lesões por conta da pressão, do próprio peso do paciente, calçados ou atividades do dia a dia”, relata Leila.
Sintomas
- Formigamento, queimação e dormência frequente nos pés e tornozelos;
- Ferimentos e úlceras indolores que não cicatrizam;
- Dores ao caminhar;
- Perda da sensibilidade dos pés;
- Deformidades.
Se houver infecção nas feridas dos pés, o diabético pode apresentar calafrios, febre, secreções e vermelhidão no ferimento.
Tratamento e cuidados
Dependendo do grau, o tratamento pode ser feito com uso de antibióticos para combater a infecção e limpeza diária das feridas.
Para evitar complicações, Leila recomenda atenção do paciente diabético com seu próprio corpo, obtendo uma rotina de observação e cuidado.
“Sempre que chegar em casa, observar se embaixo do pé existe alguma calosidade ou alguma coloração diferente. Cuidado também com o corte da unha, uso de calçados ortopédicos e confortáveis e hidratação dos pés. O paciente também deve ficar atento ao controle da glicemia, não só em jejum, e fazer check-ups anuais”, finaliza.