Apesar de rara, a doença de Kawasaki pode trazer consequências para a saúde do coração de crianças

A doença de Kawasaki, que atinge apenas crianças, é uma das vasculites (inflamação nos vasos sanguíneos) mais comuns da infância. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 85% dos casos ocorrem em crianças com menos de 5 anos, principalmente entre 18 e 24 meses de idade. Mesmo assim, é considerada rara: o Ministério da Saúde registrou apenas cerca de 1,4 mil casos no país em 2023. Sem causa definida, a condição provavelmente tem origem autoimune e causa sintomas por todo o corpo, incluindo riscos à saúde do coração. Por outro lado, a maior parte das crianças se recuperam bem com um tratamento adequado.
Causa
A principal hipótese para o surgimento da doença é uma resposta imunológica anormal a alguma infecção em crianças com predisposição genética. Ou seja, existem suspeitas de que algumas infecções podem causar a doença, principalmente em crianças com sistema imunológico desordenado. O fator genético também deve ser considerado, pois é mais comum entre membros da mesma família e entre asiáticos.
Sinais e complicações
Os principais sintomas são febre alta por mais de 5 dias, vermelhidão no tronco e na região genital, conjuntivite, lábios rachados e língua inchada e avermelhada. Também podem surgir ínguas no pescoço, dor de cabeça, dor nas articulações, irritabilidade e descamação dos pés e das mãos. Em casos mais raros da doença, a criança pode apresentar complicações cardíacas, como miocardite e arritmias.
O principal risco associado à doença é quando as artérias coronárias são afetadas. Nesses casos, os vasos que irrigam o coração podem apresentar pequenas dilatações, o que favorece a formação de coágulos. Quando isso acontece, os coágulos podem interromper a passagem do sangue e levar ao infarto do miocárdio. Apesar de grave, essa complicação é rara.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito com base nos sintomas, pois não existem exames específicos para identificar a doença. Por outro lado, alguns exames de sangue e de urina, assim como um ecocardiograma, podem ser feitos para identificar sinais da doença ou descartar outras possibilidades. Com o diagnóstico precoce, as crianças seguem a vida normalmente. O tratamento se baseia em reduzir as inflamações e prevenir complicações, com o uso de aspirina e soro de imunoglobulina. Depois, também é necessário averiguar a saúde do coração da criança, para garantir que não houve complicações.