Ansiedade social prejudica a saúde e o dia a dia dos pacientes

O Brasil tem a maior população com ansiedade patológica do mundo, com cerca de 18,6 milhões de pessoas com a doença, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). De modo geral, a ansiedade é caracterizada por preocupações excessivas e desproporcionais, afetando vários aspectos da vida, como atenção, sono, humor, socialização e até mesmo a saúde do coração. A doença é classificada em alguns tipos de acordo com o principal gatilho. Um dos principais é a ansiedade social, que afeta as relações.

Medo do julgamento

Também conhecido como fobia social, o transtorno de ansiedade social pode ser confundido com uma simples timidez. Mas, enquanto a ansiedade social causa mais sofrimento e atrapalha o indivíduo em interações sociais, a timidez é menos intensa e mais fácil de ser superada. “Quando a pessoa perde ou deixa de ter oportunidade de ir numa entrevista de emprego, ou de conhecer novas pessoas, e evita ao máximo locais onde ela vai ter que falar e se expor, a gente diz que é algo que já está virando patológico”, explica a Profª M.a. Giedra Marinho, docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão.

Uma outra característica da fobia social é a relação com o julgamento alheio. Pessoas que sofrem com a doença têm uma preocupação excessiva em relação ao seu desempenho e comportamento em diversas situações sociais, com medo de como vão ser percebidas pelas outras pessoas. Assim, quem tem ansiedade social têm medo, por exemplo, de ser julgado pelo que diz ou pela maneira como se comporta, ou mesmo de ofender ou chatear alguém. Também existe o medo de ser ignorado ou rejeitado pelas outras pessoas. Por isso, acabam evitando situações como falar em público, interagir com estranhos ou ir a festas.

Quando precisam passar por situações como essas, a experiência costuma ser angustiante, com sintomas comuns a qualquer tipo de ansiedade: pensamentos negativos excessivos e repetitivos (pensamentos intrusivos), estado de alerta constante, taquicardia, tensão muscular, insônia, etc. Na fobia social, também pode acontecer gagueira, em situações sociais, e suor pelas mãos, por exemplo. A doença também pode afetar a autoestima do indivíduo, pois ele pode não saber diferenciar os pensamentos intrusivos de fatos reais e passa a internalizar os julgamentos que acredita que os outros têm sobre ele.

Terapia controla a ansiedade

Giedra aponta a psicoterapia como a principal forma de contornar a ansiedade social e impedir que ela afete a vida do indivíduo. “Nesse processo, o psicólogo pode elaborar dicas e estratégias para que o paciente consiga superar a timidez excessiva aos poucos. Mas tudo é feito por meio de pequenos passos, sem forçar”, enfatiza. Uma das maneiras mais utilizadas é a terapia de exposição: o paciente é estimulado a enfrentar situações que desencadeiam a ansiedade, dentro dos seus limites, para entender que o perigo não existe, ou que é menor do que se pensa. 

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