Aluna da Fits quer unir amor pela Medicina e cuidado com população quilombola

Foi a necessidade de ajudar as pessoas que fez surgir, em Ayanne Kamila, a vontade de cursar Medicina. Nascida em Caruaru, a estudante do 3º período da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana — sempre teve o desejo de se tornar médica. Durante o curso, percebeu que esse é o caminho certo para a sua vida. A estudante vem desenvolvendo diversas atividades na graduação, como projetos de extensão, e tem grandes sonhos para o seu futuro profissional.
Desejo pela Medicina
O interesse de Ayanne pela Medicina nasceu ainda na infância, com as experiências que a jovem teve na família. Ao ver parentes com dificuldades de conseguir tratamentos de saúde, ela decidiu tomar essa missão para si. “Desde pequena, observei meus familiares com problemas de saúde, como câncer e problemas renais sérios, e muita dificuldade para conseguir médicos. Com isso, desenvolvi um sentimento que deveria saber ajudar de alguma maneira”, relata.
“Esse é um sonho não só meu mas de toda minha família. Eu me sinto muito grata por poder estar realizando um sonho coletivo, ao representar a minha comunidade dentro da Medicina. Por ser uma mulher cabocla e sertaneja do interior, sou parte de um processo muito maior que eu”, comenta.
Experiência acadêmica
Depois de entrar para o curso, Ayanne conta que se sente realizada, e que se adaptou ao modelo tutorial da Fits e ao modelo ABP (Aprendizagem Baseada em Projetos. “Eu me sinto parte integrante do meu processo de construção de carreira. Acredito que as imersões nas Unidades Básicas de Saúde desde o primeiro período promovem um sentimento médico mais cedo. Essa é uma realização pessoal, e o melhor momento do curso, na minha opinião, é o contato com os pacientes”, avalia.
Durante a graduação, Ayanne já se envolveu em três atividades de extensão, que, segundo ela, trazem muitos benefícios para a sua formação. “Para mim, o mais significativo foi o que desenvolvi pelo PIESF (Programa de Integração do Ensino em Saúde da Família), em que pesquisei sobre a relação da pressão arterial e a população quilombola, no quilombo em Goiana. A importância disso para a minha formação é imensa, pois, quando pensava em Medicina, era assim que me via, exercendo a profissão com populações tradicionais. É nisso em que acredito, faz parte da minha ancestralidade”, comenta.
Sonhos para o futuro
Para o futuro, a estudante sonha alto. Ayanne pretende levar o seu apreço pelos povos tradicionais para o centro da sua atividade profissional. Segundo ela, seu maior sonho é “palestrar sobre algum assunto de saúde relevante e captar recursos para melhorar a assistência básica em comunidades indígenas e quilombolas. Espero cada vez mais contribuir para a vida na comunidade e no meu estado”. Sobre a especialidade que deseja seguir, a aluna se mostra aberta às possibilidades. “Ainda não sei com firmeza, estou aberta a experienciar a Medicina por completo. Mas tenho afinidade pelas áreas de Psiquiatria, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade”, explica.