Aumento de AVC em jovens revela a importância da mudança no estilo de vida

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo, cerca de 15 milhões de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrem anualmente, com 5 milhões resultando em óbito e outros 5 milhões provocando incapacidades permanentes. Deste total, apesar de ser mais comum em pessoas mais idosas, 30% dos casos acontecem em pessoas com menos de 45 anos.
Com isso, o AVC tem se tornado uma preocupação crescente entre a população mais jovem, revelando uma mudança no perfil dos pacientes. Dados da Rede Brasil AVC apontam que, no país, 18% dos casos de AVC atingem a faixa etária de 18 a 45 anos. Além disso, nos últimos cinco anos, registrou-se um aumento de mais de 20% na ocorrência de derrames em adultos jovens.
Sintomas
A doença acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. O Ministério da Saúde alerta que os principais sintomas são confusão mental; Alteração da fala ou compreensão; Alteração na visão (em um ou ambos os olhos); Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente; Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo (rosto, braço ou perna).
No aparecimento de qualquer um desses sinais, é fundamental ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU – 192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada.
Sequelas
Segundo a Sociedade Brasileira de AVC (SBAVC), em muitos casos, a doença pode trazer sequelas, como problemas motores (fraqueza ou paralisia de um lado do corpo), de fala e linguagem (afasia, disartria), de deglutição (disfagia), visuais, cognitivas (memória, atenção) e emocionais (depressão, ansiedade). Após o atendimento médico de urgência, o processo de reabilitação é decisivo para a qualidade de vida do paciente.
A SBAVC afirma ainda que a porcentagem de pacientes que ficam com alguma dependência física após um AVC é parecida com a de pacientes mais idosos, porém existe uma carga e impacto importante na população jovem, que é a mais ativa economicamente, geralmente no auge de sua força de trabalho e vida pessoal.
Prevenção
A OMS afirma ainda que um em cada quatro pessoas com mais de 35 anos vai sofrer um acidente vascular cerebral em algum momento da vida e 90% desses casos poderiam ser evitados por meio do controle de fatores de risco, como diabetes, hipertensão, tabagismo, doença cardíaca, etc.
Por isso, é necessário que as pessoas passem, fundamentalmente, por uma transformação no estilo de vida. O que inclui a prática regular de atividade física, a manutenção de uma alimentação equilibrada, a redução do consumo de sal, o controle do peso, do diabetes e do colesterol, além da abstenção total do tabagismo, o que engloba também os cigarros eletrônicos. Essas medidas são de extrema importância e não apenas recomendações, sendo a principais ferramentas para combater essa crescente epidemia de AVC em jovens e garantir um futuro com mais saúde e qualidade de vida.