Novembro Azul relembra cuidados com a saúde masculina

O mês de novembro traz à tona o debate sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, por meio da campanha do Novembro Azul. Mais de 71 mil novos casos devem ser registrados em 2025, segundo o Ministério da Saúde, sendo o segundo tumor mais comum entre homens, atrás do de pele não melanoma. O câncer de próstata também é o segundo que mais mata homens no Brasil (atrás apenas do de pulmão), com mais de 17 mil óbitos em 2024, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. No entanto, as chances de cura chegam a 90% se a doença for descoberta nos estágios iniciais.
Causas e fatores de risco
Encontrada apenas nos homens, a próstata é uma glândula localizada por baixo da bexiga e que é responsável pela produção de parte do sêmen. Com o avançar da idade, as chances do indivíduo desenvolver o câncer aumentam, sendo esse o principal fator de risco: cerca de 75% dos diagnósticos são de homens com 65 anos ou mais. Além disso, a predisposição genética, a obesidade e hábitos nocivos à saúde, como tabagismo e sedentarismo, também são associados ao surgimento da doença.
Incidência em homens jovens
Apesar da maior parte dos casos do câncer de próstata ser em homens mais velhos, os mais jovens ainda podem ser acometidos pela doença. Entre 2020 e 2024, o Ministério da Saúde apontou um aumento de 32% no número de tratamentos contra esse tipo de tumor em homens com menos de 49 anos no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse crescimento reflete um aumento no acesso à informação e uma maior preocupação com a saúde entre os mais jovens, consequência de uma diminuição dos preconceitos que envolvem os cuidados em relação à saúde reprodutiva masculina.
Sintomas
Nas fases iniciais, o câncer é assintomático, sendo necessária a avaliação médica frequente. Com o avançar do tumor, no entanto, o paciente pode apresentar dificuldade e necessidade de urinar muitas vezes ao dia, jato de urina fraco, presença de sangue na urina e/ou no sêmen, além de dores na pelve, nos quadris e nas costas.
Preconceito no diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito a partir de dois exames complementares: o PSA (Antígeno Prostático Específico, na sigla em inglês) e o toque retal. O primeiro consiste em um exame de sangue que mede uma proteína produzida pela próstata, cujos níveis elevados exigem investigação. Já o toque retal permite que o médico sinta a consistência e o tamanho da próstata, a fim de identificar possíveis nódulos ou aumento da glândula. Apesar de ser cercado de tabus, esse exame é fundamental para averiguar a existência da doença e é realizado de maneira rápida, segura e indolor.
Tratamento
As consultas ao urologista devem acontecer a partir dos 40 anos de idade, para homens que tenham histórico familiar do câncer de próstata ou fatores de risco, e aos 50 para os demais. Ao ser identificada a doença, o tratamento deve ser individualizado e definido pelo médico. Em geral, quando a doença atinge apenas a próstata, podem ser usados métodos como cirurgia e radioterapia. Já casos em que a doença está espalhada localmente, pode ser feito tratamento hormonal, além de cirurgia e radioterapia.O tratamento com base em hormônios também vale para casos de metástase.