Atualização sobre a pressão arterial acende alerta para mudanças no estilo de vida

As Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC), Nefrologia (SBN) e Hipertensão (SBH) divulgaram, em setembro deste ano, novas diretrizes para pressão arterial 12 por 8, que passou a ser enquadrada como pré-hipertensão. As novas medidas inspiraram dúvidas na população, principalmente para quem já estava acostumado com a pressão 12 por 8 como normal. A atualização, no entanto, trata-se de uma medida preventiva, para evitar resultados ainda mais graves.

Segundo a SBH, quase 28% dos adultos brasileiros convivem com a hipertensão, mas apenas um terço tem a pressão arterial controlada. A pressão alta, ou hipertensão, é caracterizada por um aumento na força que o sangue faz contra as paredes das artérias. “Já a pré-hipertensão seria um valor elevado, mas ainda não tanto para o diagnóstico de hipertensão, que inspira cuidados para prevenir a evolução”, diz o Prof. Dr. Rodrigo Rufino, médico cardiologista e docente da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana.

Diagnóstico precoce

Rodrigo explica que a nova decisão das três sociedades médicas surgiu da constante evolução da ciência. Segundo ele, essa atualização foi baseada em uma mudança no perfil epidemiológico da população. “Ao longo dos anos, através de estudos observacionais na área de cardiologia, percebemos que muitos pacientes são tratados tardiamente para a hipertensão. Então, ao reduzir a meta, conseguimos tratá-los mais precocemente”, detalha.

A partir do documento divulgado pelas três sociedades, os valores de pressão arterial entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 são considerados pré-hipertensão. Já o valor para a hipertensão continua o mesmo: 14 por 9. Com esse rastreamento precoce, Rodrigo afirma que será possível evitar consequências ainda mais sérias. “Como essa é uma doença silenciosa, tratar cedo é a melhor forma de prevenir complicações a longo prazo, como infarto, AVC (acidente vascular cerebral) e doença renal”, pontua.

Medidas não medicamentosas

O médico ainda deixa claro que, a princípio, quem tem a pressão 12 por 8 não precisa se preocupar e nem mesmo tomar remédio. Pelo contrário, as novas diretrizes das sociedades médicas indicam medidas não medicamentosas. “São pacientes que vamos educar e orientar a uma mudança do estilo de vida, dieta mais equilibrada, melhor prática do exercício físico para prevenir que esse 12 por 8 vire um 14 por 9, ou mesmo um 13 por 8 associado a um risco cardiovascular aumentado, que também indica início do tratamento”, comenta Rodrigo.

Mudanças no estilo de vida

Em relação à alimentação, a recomendação para os pacientes que se enquadram na pré-hipertensão é o padrão alimentar DASH (em inglês, “Dietary Approaches to Stop Hypertension”, ou “Abordagens Dietéticas para Parar a Hipertensão”). Esse tipo de dieta prevê o consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, carnes magras e oleaginosas.

Os alimentos que devem ser evitados incluem gorduras saturadas, grãos refinados e açúcar de adição. A dieta DASH também deve ser rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, com redução de sódio e colesterol. Também são indicados a prática de exercícios físicos regulares, o controle do peso corporal e a redução do estresse.

FITS - Faculdade Tiradentes de Goiana

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