Março Lilás chama a atenção para o câncer de colo do útero

De acordo com o Ministério da Saúde, são esperados cerca de 17 mil casos de câncer de colo de útero no ano de 2025. A doença também causou mais de 6 mil mortes no ano de 2021, com uma taxa de 4,51 óbitos a cada 100 mil mulheres. Assim, esse é o terceiro tipo de tumor que mais atinge as mulheres (atrás apenas do câncer de mama e do colorretal), e o quarto tipo de câncer mais letal, atrás dos de mama, de traqueia, brônquios e pulmões, e do colorretal. Devido à alta incidência e à mortalidade, surgiu a campanha do Março Lilás, para alertar sobre fatores de risco, sintomas e tratamento do câncer de colo de útero.
Fatores de risco
A principal causa do câncer de colo de útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Embora o contato com o vírus seja muito comum em mulheres sexualmente ativas, na maioria dos casos, o agente infeccioso pode ser eliminado espontaneamente pelo corpo ou através de tratamento ginecológico regular, sem causar problemas. No entanto, infecções repetidas do HPV, especialmente em mulheres com mais de 25 anos, podem causar lesões pré-cancerígenas. Outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença são o início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais, cigarro, baixa imunidade e má higiene.
Sintomas
As lesões pré-cancerígenas podem evoluir para o câncer propriamente dito. Se descoberta cedo, a doença tem entre 80 e 90% de chance de cura, mas essa possibilidade cai à medida que o tumor avança. Nos estágios iniciais, a doença não apresenta sintomas. Depois, a mulher pode apresentar sangramento vaginal (principalmente após relações sexuais, entre as menstruações ou após a menopausa) e corrimento vaginal, com cor escura e mau cheiro. Em estágios mais avançados, os sintomas incluem uma massa palpável no colo do útero; obstrução das vias urinárias e dos intestinos; dor lombar e abdominal; e perda de peso e de apetite.
Prevenção
A realização do exame papanicolau, o uso de camisinha e a vacina contra o HPV são as principais formas de prevenção do câncer de colo do útero. O papanicolau consiste na coleta de células do colo do útero, para identificar possíveis lesões, mesmo sem sintomas. Deve ser realizado por mulheres, principalmente entre os 25 e os 59 anos, que têm ou já tiveram a vida sexual ativa. Inicialmente, o preventivo deve ser feito anualmente. Depois de dois exames seguidos com resultados normais, pode ser feito a cada três anos. Já a vacina está disponível para meninas de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14, além de grupos como portadores de HIV e transplantados. Mesmo mulheres vacinadas contra o HPV devem realizar o papanicolau, pois o imunizante contempla apenas os principais tipos do vírus, que tem dezenas de variações.
Diagnóstico e tratamento
Caso o papanicolau identifique a presença de lesões, o diagnóstico do câncer de colo do útero só é fechado com uma biópsia. Depois, podem ser necessários exames de imagem, como tomografias, para identificar o tamanho do tumor, e se ele já se espalhou para outras regiões. O tratamento deve levar em consideração o estágio da doença, as condições de saúde física e a idade da paciente, além do seu desejo de ter ou não filhos no futuro. De maneira geral, a intervenção cirúrgica é indicada quando o tumor está confinado no colo do útero. Nesses casos, pode haver a retirada do câncer ou de tecidos e órgãos próximos, se necessário. Outras formas de tratamento incluem a radioterapia ou a quimioterapia.